quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Bad School, Bad!


Quando eu tinha 10 anos, na minha turma não havia muitos alunos repetentes. E nos anos seguintes, o mesmo se passou. A partir de agora, será impossível ver um aluno que tenha repetido o ano a partilhar a turma com outros alunos que “passaram” para o nível seguintes.

O governo não permitirá repetências de ano, pois considera que devem ser aplicados outros mecanismos alternativos para os alunos com dificuldades. Como se os alunos que repetiam de ano, fossem encostados ao canto da sala com umas orelhas de burro. Eu sei que os professores hoje em dia são muito mal vistos, mas não exageremos.

O governo fala do sistema finlandês. Este, não permite repetições e tem um dos melhores resultados académicos nos rankings educacionais europeus e mundiais. Ora, há alguns detalhes que temos que analisar antes de nos comparamos aos finlandeses:

- A educação não se paga. Até em escolas privadas as propinas são limitadas ou inexistentes – Em Portugal, muitas vezes se troca de uma escola pública para uma privada (gratuita para paga) em busca de melhorias no ensino, que nunca ou poucas vezes são garantidas.

- Nas escolas da Finlândia, os alunos têm cuidados médicos, alimentação e nas primárias material fornecido, tudo gratuitamente - em Portugal, os pais vêem-se fodidos para comprar livros, que hoje em dia, já representam metade de um salário mínimo.

- Um dos rankings coloca os alunos finlandeses como os melhores em leitura e compreensão, assim como resolução de problemas matemáticos – Em Portugal, tivemos que alterar os exames nacionais de matemática para levantarmos a média da disciplina. E foi um processo tão bem feito que subiu de negativa para 14. Quem parece precisar de voltar à escola são os próprios avaliadores.

Num país em que os alunos chegam às Universidades sem saber interpretar textos, ler, ter um mínimo de cultura geral ou mesmo estudar, faz crer que já foram dados facilitismo a mais.

Parece que o governo está a tentar compensar a dificuldade económica de manter os miúdos na escola, com uma facilidade e rapidez em formá-los. Desta forma, chegamos aos níveis impostos pela EU sem nos chatearmos muito…

2 comentários:

Adérito, o tasqueiro disse...

Ora é isso mesmo. Nesta legislatura, a única preocupação foi mesmo chegar aos níveis impostos pela UE (e não EU. Não gosto desses estrangeirismos ó taxista) :p
E as "Novas Oportunidades" são um perfeito exemplo disso. Isto aqui é só mais um para acrescentar.

Saudações Tasqueiras ;)

Taxi Driver disse...

Obrigada pela correcção, Adérito. Foi gralha! Quem usa muitos estrangeirismos, dá nisto!
A próxima rodada pago eu! ;)-