segunda-feira, 14 de maio de 2007

Tele-Vendas Religião


Não sei se os passageiros tiveram a oportunidade de dar uma vista de olhos ao Público de ontem, mas há um artigo no P2 digno de um post!

O artigo tem o nome "peregrino de aluguer" e trata-se de uma pequena entrevista com uma personagem de quem já tinha ouvido falar. O seu nome é Carlos Gil e esta personagem paga promessas a quem as prometeu, por uma "pequena" remuneração". Um crente, sem dúvida! Que mais se pode entender das suas palavras quando se refere ao arranque da sua actividade: "Um dia acordei e tive esta ideia. Fui ter com um amigo e fiz-lhe um boneco (?) de como queria o site".

Mas eis como a magia (divina, claro) se processa:
Imaginemos que um crente qualquer promete uma peregrinação a Fátima e por qualquer razão não a pode cumprir. Pega no telefone, liga ao "peregrino de aluguer" (notem a semelhança com as variadas designações de putedo que existem) e por um valor irrisório de 2500 euros (??!!!???) o amigo faz a caminhada que outro prometeu. Diz o gajo que 2500 é um valor simbólico!!!
Mas como podem imaginar, este caminhante não é um caminhante qualquer.
Senão vejamos, caminha apenas umas duas horitas por dia e leva uma muda de roupa, água e claro, o cartão de crédito. Não vá o diabo tecê-las! (Oooppsss! Disse diabo!)

Sim, porque este senhor conhece o verdadeiro significado da palavra sacrifício.
Se sai da sua casa como peregrino, volta como peregrino. A caminhada dos 2500euros vale desde a saída de sua casa (residência de classe média/alta de Cascais, no less!) até ao e do destino de volta a Cascais (ler com sotaque quêque).
Claro que pelo meio, este nosso peregrino não vê quaisquer problemas em descansar em hotéis ou comer em restaurantes de luxo, vai para onde o povo o indicar. Se for a tasca da esquina, é a tasca da esquina, se por um acaso lhe indicam o Ritz, lá terá que dar uso ao seu cartão de crédito!

Mas desenganem-se se acham que o senhor encara essa quantia como um pagamento. Nada disso! Trata-se de um "patrocínio" e como tal: "Não faço pacotes, nem descontos, nem parcelo o valor do serviço."
É um senhor que compreende os seus clientes (patrocinadores, digo!): "A pessoa que se acha impedida de cumprir a promessa e se sente em falta, ao pagar está a despender o seu dinheiro. Está a abdicar do fruto do seu trabalho, pagando o meu tempo. É o seu sacrifício."

Como entende e confia nestes crentes, o nosso caminhante.
Portanto, se desejarem que o senhor vos pague alguma promessa que anda pendente, é favor transferir o valor (simbólico, claro) para a sua conta, ANTES da caminhada começar. Não vá o diabo tecê-las! (eu disse diabo, outra vez? Oooopppss!)

Um grande LOL para terminar!


Ler o artigo aqui

3 comentários:

rps disse...

No fundo, é um taxista da Fé...

Capitão Merda disse...

Eu li!
Quem aluga os serviços do "peregrino" tem tanta fé como eu...

Anónimo disse...

Tudo se paga.
Tudo se vende.