domingo, 10 de junho de 2007

Prémio Eduardo Lourenço


Ainda há dias falei de Maria João Pires.
Uma referência no mundo da música e uma personalidade distinta.


Mas não foi por causa deste prémio que falei da célebre pianista, mas sim pela sua qualidade como pessoa.

Enquanto decorriam as obras para a famosa Casa da Música, decorriam os igualmente famosos incêndios de verão, que sem piedade lavravam as florestas portuguesas. Durante um destes incêndios uma herdade alentejana é vítima das chamas. A herdade era a casa de Maria João Pires onde esta dava aulas e concertos de música às pessoas locais.

Como qualquer cidadão vítima dos incêndios, a pianista teve que suportar os estragos e todas as despesas que os acompanhavam. E teria pela frente uma longa espera pela ajuda do Estado...

Poucos meses depois, Maria João Pires foi convidada para participar na inauguração da Casa da Música que em breve prendaria o Porto com o palco cultural há tanto ansiado.

A pianista recusou o convite.

Declarou na altura que Portugal não apoia financeiramente a cultura o suficiente para gastar tanto num edifício cultural.
Só faltou dizer que o Porto não tem oferta cultural suficiente para se dar ao luxo de ter uma Casa da Música...

Maria João Pires recebeu hoje o prémio Eduardo Lourenço pelo seu contributo na divulgação da cultura portuguesa.

Que eu saiba, a Casa da Música ainda está longe das expectativas iniciais.

1 comentário:

Capitão Merda disse...

É boa rapariga, sim senhor.