
Ainda há dias falei de Maria João Pires.
Uma referência no mundo da música e uma personalidade distinta.
Mas não foi por causa deste prémio que falei da célebre pianista, mas sim pela sua qualidade como pessoa.
Enquanto decorriam as obras para a famosa Casa da Música, decorriam os igualmente famosos incêndios de verão, que sem piedade lavravam as florestas portuguesas. Durante um destes incêndios uma herdade alentejana é vítima das chamas. A herdade era a casa de Maria João Pires onde esta dava aulas e concertos de música às pessoas locais.
Como qualquer cidadão vítima dos incêndios, a pianista teve que suportar os estragos e todas as despesas que os acompanhavam. E teria pela frente uma longa espera pela ajuda do Estado...
Poucos meses depois, Maria João Pires foi convidada para participar na inauguração da Casa da Música que em breve prendaria o Porto com o palco cultural há tanto ansiado.
A pianista recusou o convite.
Declarou na altura que Portugal não apoia financeiramente a cultura o suficiente para gastar tanto num edifício cultural.
Só faltou dizer que o Porto não tem oferta cultural suficiente para se dar ao luxo de ter uma Casa da Música...
Maria João Pires recebeu hoje o prémio Eduardo Lourenço pelo seu contributo na divulgação da cultura portuguesa.
Que eu saiba, a Casa da Música ainda está longe das expectativas iniciais.
1 comentário:
É boa rapariga, sim senhor.
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